 
Bento XVI deixará de ser Papa nesta quinta-feira (28) às 20h (16h, pelo horário de Brasília), segundo a programação oficial do Vaticano. 
 A partir de então, quando passará a ser Papa Emérito, ele deve passar cerca de 2 meses no Castel Gandolfo,
 a residência de verão dos papas, permanecendo distante da movimentação 
em torno da reunião de cardeais que escolherá seu sucessor, o conclave.  
Na manhã de quinta, no Palácio Papal, o decano do Colégio de Cardeais, 
Angelo Sodano, fará um pequeno discurso de despedida, e então cada 
cardeal poderá separadamente se despedir de Bento XVI. A expectativa é 
de que cerca de 100 cardeais participem deste encontro.
Depois, no Pátio de Saint-Damase, no coração do Vaticano, a Guarda Suíça carregará suas bandeiras em saudação ao pontífice.
 Por volta das 13h (horário de Brasília),  Bento XVI irá para o 
heliporto para viajar a Castel Gandolfo,  que fica 25 km ao sul de Roma.
 Lá, ele saudará  os fiéis a partir da varanda. Esta será sua última 
aparição como chefe da Igreja.
 Nada de especial está previsto quando o relógio badalar oito horas da 
noite (hora local), momento em que oficialmente termina o pontificado. 
Ele provavelmente estará em oração na capela neste momento.
 Neste horário, o pequeno destacamento da Guarda Suíça, em frente à 
residência, fechará a porta e colocará assim um fim ao seu serviço, 
reservado exclusivamente ao Papa. Mas a polícia vai continuar a garantir
 a segurança de Sua Santidade, o Papa Emérito.
 Após os dois meses na residência de verão, o Papa Emérito vai se estabelecer em um mosteiro no Monte do Vaticano.
Última audiência pública
Em sua última audiência pública,
 nesta quarta-feira (27), Bento XVI disse  que tem "grande confiança" no
 futuro da Igreja Católica e afirmou que seu papado teve "águas 
agitadas" 
 
Milhares de fiéis se reuniram na Praça de São Pedro, no Vaticano, para 
assistir à última audiência pública do pontificado de Bento XVI.
 Falando à multidão, Bento XVI afirmou que seu papado, iniciado em abril
 de 2005, teve alegrias, mas também muitas dificuldades. O pontífice 
disse que enfrentou "águas agitadas e vento contrário".
 "O Senhor nos deu muitos dias de sol e ligeira brisa, dias nos quais a 
pesca foi abundante, mas também momentos nos quais as águas estiveram 
muito agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja e o
 Senhor parecia dormir", disse.
 Mas ele afirmou ter fé em que Deus não vai deixar a Igreja "afundar".
 "Estou realmente emocionado e vejo uma Igreja viva", disse o Papa, sempre bastante aplaudido pela multidão.
 Ele voltou a afirmar que sua renúncia, anunciada de maneira 
surpreendente em 11 de fevereiro, foi decidida "não para seu bem, mas 
para o bem da Igreja", e reiterou que sabe "da gravidade e da novidade" 
da decisão que tomou.
 "Amar a Igreja significa também ter a valentia de tomar decisões 
difíceis, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não o de si próprio",
 disse.
 O pontífice, de 85 anos, afirmou que "não vai abandonar a Cruz" e que, pela oração, vai continuar a serviço da Igreja.
Conclave
No dia seguinte à renúncia, o cardeal Angelo Sodano enviará os convites
 aos cardeais eleitores -- atualmente 115 -- para as "congregações 
gerais" que precedem o conclave, a reunião secreta que escolhe o 
sucessor de Bento XVI.
 Essas reuniões, durante as quais os prelados procuram definir o perfil 
do futuro Papa, não devem começar antes de segunda-feira.
 Nas últimas semanas, os cardeais já começaram, por e-mail e por telefone, as consultas informais para decidir o nome.
Fiéis durante a última audiência papal, nesta quarta-feira (27), na Praça de São Pedro, no Vaticano (Foto: Juliana Cardilli/G1)
 
 
 Fonte: G1