Conheça a origem da devoção mariana e sua importância para a fé católica
Sem medo de errar podemos dizer que a devoção a Nossa Senhora começou
aos pés da Cruz de Jesus, quando Ele mesmo entregou-a a São João como “sua mãe”
e mãe de todos nós. Tanto assim que “ele a levou para a sua casa” (João 19,27).
Como mãe da Igreja, a Virgem Maria sempre
acompanhou os Apóstolos e estava com eles no dia de Pentecostes (cf. At 1,14).
Certamente esta devoção inicial a
Maria, não era como hoje, litúrgica, mas certamente era cheia de intensidade,
por ser a Mãe do Senhor.
Primeiras manifestações da devoção
mariana
A devoção a Virgem se fortaleceu
muitos com as primeiras aparições dela, logo no primeiro século. Considera-se a
aparição de Nossa Senhora do Pilar no século I d.C. (Zaragoza, Espanha) como
possivelmente a mais antiga, e depois a aparição em agosto de 352 em Roma – Na.
Sra. das Neves aparece a João de Roma e ao Papa Libério. Muitas outras
aparições se sucederam até hoje.
A partir do século III, alguns
romanos piedosos começaram a dedicar sua fortuna a honrar Maria e os Apóstolos,
construindo santuários e igrejas a eles dedicados. Um desses nobres, João de
Roma, e sua esposa decidiram honrar Maria de todas as formas a eles possíveis.
Nos primórdios de Agosto, João e sua
esposa tiveram ambos o mesmo sonho, onde Maria lhes aparecia e pedia-lhes que
mandassem construir uma igreja numa das sete colinas de Roma – a Esquiline.
João decidiu contar o sonho ao Papa, Libério; quando o fez, este relatou-lhe
haver tido o mesmo sonho. A 5 de Agosto dirigiram-se ambos à colina de Esquiline,
em cujo topo encontraram neve, desenhando o contorno duma igreja. Iniciaram
imediatamente a construção duma igreja, obedecendo ao esboço sugerido pela
neve. Esta é a origem da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, que comemora
sua fundação nesse dia de 5 de Agosto.
Dom Nelson Francelino, Bispo Auxiliar
do Rio de Janeiro, através de um artigo publicado na Arquidiocese do Rio de
Janeiro, explicou a origem da devoção a Nossa Senhora. Ele afirma que “a
devoção à Maria começou com o próprio cristianismo. Na pequena Casa de Nazaré,
o Anjo Gabriel, mandado por Deus, aparece à Maria e lhe diz: “Salve, ó cheia de
graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1, 28).
Início da devoção mariana
Com estas palavras que vêm do Céu
começa a devoção mariana. Outro fato marcante é quando Maria vai visitar santa
Isabel; Isabel ouve a saudação de Maria e percebe que o menino “salta” de
alegria no seio, e cheia do Espírito Santo exclama: “Bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. A que devo a honra de receber a
visita da Mãe do meu Senhor? Pois logo que chegou aos meus ouvidos a tua
saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste,
porque se vai cumprir tudo o que foi dito da parte do Senhor” (Lc 1, 42-45). É
a segunda vez que a devoção mariana registrada no Evangelho.
E Maria canta o Seu Magnificat, de onde podemos destacar a célebre profecia que seus lábios
pronunciaram: “Doravante todas as gerações me proclamarão bem aventurada!”
Começava ai uma devoção mariana que jamais deixaria de existir em todo o mundo
católico.
Quando Jesus nasceu em Belém, os
pastores foram a adorá-lo. “Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o
menino deitado na manjedoura” (Lc 2, 15-16). Após terem se ajoelhado diante do
Menino, certamente veneraram a Mãe do Salvador.
E depois chegaram os reis Magos para
adorar o Deus Menino: “E a estrela que tinham visto no Oriente ia diante deles,
até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela,
sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua
mãe. Prostrando-se, adoraram-No” (Mt 2, 9-11). Certamente, depois de adorar o
Menino Deus e dar-lhes ouro, incenso em mirra, veneraram a Sua Mãe. Não é está
também uma devoção mariana, que podemos perceber nas entrelinhas do Evangelho?
pergunta Dom Nelson Francelino. E o Bispo mostra ainda as bodas de Caná,
como mais uma oportunidade em que a Virgem é saudada. Maria intervém com
delicadeza e decisão, para salvar a alegria dos noivos. Os servos, que
conheciam o milagre sabiam que ele aconteceu por intervenção dela e não
deixaram de admirá-la, e quem sabe até pediram-lhe alguma graça. Dom Nelson
imagina-os, dizendo: “Obrigado! A tua intervenção salvou a nossa festa.
Continua a orar por nós!”
Assim começou a devoção mariana que continuou pelos séculos sem
interrupção até hoje. A verdade é que desde que a Virgem Maria foi saudade pelo
Arcanjo Gabriel, como a “cheia de graça”, “o Senhor é contigo”, foi olhada com
admiração, por ser a Mãe de Deus humanado. E tudo isso culminou na oração da
Ave Maria: “rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte”. E a
Virgem corresponde a esta bela e suave devoção de muitas maneiras, intercedendo
por nós sem cessar diante do Seu Pai, do Seu Filho e do Seu amado Esposo, o
Espírito Santo. O que não consegue para nós aquela que São Bernardo chamou de a
“onipotência suplicante”?
Fonte: Canção Nova
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