Levar todo o estresse para casa e viver a partir dele pode ser um risco
Por
que estamos estressados? O nosso estresse é produto da vida familiar ou da
rotina profissional em que vivemos? O que nos causa esse mal? Conflitos
familiares? Crises financeiras? Solidão? Ausência de
uma vida social? Ou será que estamos precisando dar um novo sentido à nossa
vida?
Quando
nos encontramos estressados, não há como não levarmos essa sensação para nossa
casa ou para o trabalho. Não fomos criados para ser um em cada lugar. Quando
estamos com muitos problemas familiares, é muito difícil não os levar para
nossa vida profissional.
Quer seja no desempenho, na alegria, na agilidade, enfim, de uma forma ou de
outra, seremos atingidos em qualquer que seja o ambiente em que estejamos. Uns
mais, outros menos.

Foto
ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com
Mas, o
que seria estresse? Como podemos identificá-lo? Como podemos saber o grau que
ele se encontra em nosso organismo? “Estresse” é um termo que se vulgarizou nos
últimos tempos. Da criança ao idoso, todos se queixam desse mal. Queixa-se de
estresse o pai, que
chega após uma jornada de trabalho e do trânsito pesado;
queixa-se de estresse a dona de casa, que enfrentou as atividades domésticas,
profissionais e os cuidados dos filhos; queixa-se o
filho por causa do excesso de atividades extraescolares, enfim, neste tempo
pós-moderno quase todos se queixam. Mas, o estresse a que estamos nos referindo
vai além do cansaço e da exaustão que uma boa noite de sono pode resolver,
revigorando e recompondo as forças.
Causas do estresse
O
estresse ao qual nos reportamos, neste texto, caracteriza um mecanismo
fisiológico do nosso organismo. Trata-se de um comportamento afetado por
estímulos aversivos, e esse comportamento é capaz de alcançar a todos os
humanos. Portanto, não estamos falando simplesmente de algo comportamental, mas
de algo que, quando caímos na real, nos encontramos com batimentos cardíacos
acelerados; pressão arterial
aumentada; músculos enrijecidos e tantos outros sinais que revelam o estresse
que estamos vivendo diante de situações próprias do dia a dia, ou até mesmo
inesperadas. Mas, sempre situações que nos deixam ameaçados, muitas vezes, sem
o devido controle.
Acúmulos
de problemas; crises financeiras; relação instável no casamento; morte de
alguém muito querido; aborrecimento no trânsito e brigas são situações que
provocam consequências sérias para o nosso organismo. Segundo Alexandre
Meleiro, apesar do estresse ser uma defesa natural que nos ajuda a sobreviver,
a frequência do estímulo estressante faz com que aumentem os riscos com a nossa
saúde e com as nossas relações familiares e profissionais. Portanto, precisamos
perceber os sinais do estresse em nossa vida.
Alexandre
afirma que a pessoa precisa ficar atenta se já não levanta-se com a mesma
disposição, se não tem a mesma energia para desempenhar suas atividades
diárias; tem de ficar atenta se irrita-se com os outros facilmente; se seu
comportamento tem fugido do padrão habitual; se não consegue dormir, ou mesmo
dormindo a noite inteira, não acorda descansada, pois o sono não foi tranquilo
e reparador. Às vezes, o que é estressante para um indivíduo, pode não
significar nada para outro. A reação de cada um está vinculada à genética, ao
temperamento, à personalidade, à maneira de perceber e assimilar as situações.
Levar ou não o estresse para casa?
Entendendo-o
como um mecanismo fisiológico que pode se tornar crônico, o ideal será perceber
como estamos convivendo, o que as pessoas estão observando em nosso
comportamento. Precisaremos ter humildade e retomar a vida na convivência
familiar. A impaciência e o excesso de exigência acabam por deixar os
relacionamentos infelizes. Se insistirmos, em especial no casamento, poderemos
estar comprometendo a nossa vida sexual,
financeira e afetiva com o nosso cônjuge. Com os filhos e amigos não será
diferente.
Contudo,
a família precisa compreender esse estado tão delicado, desrespeitado e
conhecido por muitos como frescura, “dondoquisse”, doença de rico, etc. Podem
ser os pais ou até os próprios filhos, mas faz-se necessário o respeito, a
aceitação desse estado para que, juntos, um possa ajudar o outro a superar os
motivos que têm provocado tal situação. De repente, a realização de uma viagem,
a autonomia nos trabalhos domésticos por partes de todos os membros da família, o constante
diálogo, o mimo, são atitudes que poderão tornar a pessoa que está sofrendo de
estresse, em uma pessoa consolada, acolhida e feliz.
Concluímos,
portanto, que o problema não está em levar o estresse do trabalho para casa, e
sim, em sermos verdadeiros diante dos nossos familiares ou colegas de trabalho e
comprometidos em superar esse estado, porque o problema é a ausência desta
consciência e não a presença do estresse. E, sem nenhum tipo de vitimização,
mas com o apoio de todos, a “pessoa estressada” deverá encontrar uma abordagem
terapêutica adequada para ser acompanhado; fazer ginástica; desenvolver o
comportamento de autocontrole; participar do grupo de oração da sua paróquia;
rever amigos, etc. Enfim, reconhecer-se como está e dar passos para melhorar.
Que tal desligar o celular, dar tchau
ao WhatsApp, curtir a vida e descansar?
Judinara Braz
Administradora
de Empresa com Habilitação em Marketing.
Psicóloga especializada em Análise do Comportamento.
Autora do Livro “Sala de Aula, a vida como ela é.”
Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).
Psicóloga especializada em Análise do Comportamento.
Autora do Livro “Sala de Aula, a vida como ela é.”
Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).
Fonte:
Canção Nova
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