Reflita sobre a diferença da solidão que aflige o nosso tempo e a
solitude que devemos buscar
Estar só é uma ação deliberada e
consciente, sentir-se só é uma aflição para a alma. Em um mundo marcado por
múltiplas possibilidades de encontros presenciais ou virtuais, e de incontáveis
estímulos sensoriais, é cada vez mais difícil perceber-se sozinho. Graças aos
avanços tecnológicos, a imensa maioria de nós tem “o mundo na palma da mão”.
Onde quer que estejamos, alcançamos e somos alcançados. A solidão foi sendo
paulatinamente descrita como algo negativo, prejudicial e evitável.
Convencionou-se que estar sozinho
seria sinônimo de infelicidade, tristeza, não realização da plenitude de nosso
ser. No entanto, nada poderia ser mais equivocado, pois como diziam os antigos:
“deste mundo, chegamos sozinhos e partimos sozinhos.” É claro que é inequívoca
a nossa vocação comunitária. Platão já afirmara que “o homem é um ser social”,
exatamente na dimensão de que almejamos estar com nosso semelhante.

Foto: Copyright: Kichigin
No entanto, a qualidade de meu
encontro com os outros, deriva substancialmente da qualidade de