Vicio em internet: isto existe?
Por Daniel Machado
produtor do Destrave
Você é daqueles que não consegue ficar
sem internet durante uma hora sequer? Sente necessidade de compartilhar tudo o
que vê e faz, fica extremamente irritado quando um vídeo não carrega rápido ou
alguém pede para você deixar de lado seu PC, notebook ou tablet? Deixa de sair
ou fazer coisas simples do seu cotidiano para passar horas nas redes
sociais? Cuidado, você pode estar no rol dos viciados em internet, um
problema que atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, segundo estudos da
Universidade La Salle nos Estados Unidos.
produtor do Destrave

Para muitos é difícil estipular quando uma pessoa
é viciada em internet, já que esta pode ser usada para trabalho, estudo e outros
fins que nos fazem conectados durante todo o dia, por exemplo. Mas, para alguns
médicos e especialistas, existe sim esta dependência que já pode ser considerada
tão crônica como o vício de substâncias como cocaína e álcool. Vale lembrar que
o uso compulsivo da internet foi reconhecido pela Associação Americana de
Psicólogos e ganhou o nome Internet Addiction Disorder (Disfunção do Vício de
Internet).
O primeiro a usar o termo “vício de internet” foi
o psiquiatra americano Ivam Goldberg, que estipulou uma série de critérios que
definiriam um adicto na rede. Entre eles podemos citar pensamentos obsessivos
acerca do que pode estar acontecendo em internet, necessidade de aumentar a
quantidade de tempo na rede para conseguir satisfação, fantasias ou sonhos sobre
a net. Uma outra cientista, a qual tem realizado um trabalho internacional, é a
Dra. Kimberly Young, da Universidade São Boaventura, nos Estados Unidos, e
diretora do Centro de Recuperação de Dependentes de Internet, autora dos livros
‘Pego pela Rede’ traduzido para mais de seis línguas e ‘enrolados na rede’.
Para Young, os sintomas do vício em internet são
semelhantes aos dos controles dos impulsos, como vício em jogos, sexo ou
compras, ou seja, um vício sem drogas. “Eles começam a perder prazos
importantes no trabalho, passar menos tempo com sua família e, lentamente, mudam
suas rotinas normais. Negligenciam relações sociais com amigos, colegas de
trabalho e com suas comunidades; finalmente, suas vidas se tornam incontroláveis
por causa da internet”, afirma Dra. Young referindo-se aos adictos na
net.
No Brasil, a Associação Viver Bem, ligada ao
Hospital das Clínicas de São Paulo (SP) tem feito um trabalho semelhante ao da
Dra. Young, nos Estados Unidos; é o projeto ANJOTI, o qual visa o tratamento de
pessoas com trantornos do impulso. Para a psicóloga do projeto, Renata
Maransaldi, é preciso que os pais e familiares fiquem atentos à quantidade de
tempo que a pessoa fica conectada à rede. “Muitas vezes, a pessoa fica horas na
internet e, quando alguém solicita a sua presença, ela fica extremamente
irritada”, explica a profissional.
Como tratar pessoas com este quadro
patológico tão complexo?
Segundo Renata, é preciso que a pessoa ou seus
familiares busquem ajuda profissional para diminuir os impactos do mundo digital
no cotidiano dela. “Quando se chega num estágio patológico, é preciso
uma avaliação psicológica e psiquiátrica que caminhem juntas. Se a pessoa seguir
o tratamento, com o uso da medicação e da psicoterapia, ela tem uma melhora
significativa, porque o tratamento não é voltado apenas para o uso da internet,
mas para os prejuízos que ela provoca na vida social do sujeito”
conclui Renata.
Veja,
abaixo, os sintomas mais comuns do vício na internet.
Fonte: Destrave
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