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terça-feira, 29 de maio de 2018

Testemunho de milagre com o Corpo e Sangue de Cristo


A Sagrada Eucaristia é fonte de milagre
Eu sou um milagre! Minha luta por sobrevivência começou na gestação da minha mãe. Quando ela engravidou de mim, contraiu sífilis – meu pai aprontava muito com ela! Aos dois anos e nove meses de matrimônio, minha mãe já tinha três meninas, eu era a terceira. Depois de muito tempo, quando eu já era adulta, ela me contou que tomou remédio para abortar-me aos nove meses de gravidez. Não abortou, né?
Eu nasci com sífilis, sangrando pela vagina (sangrava muito!). O médico deu entrada no tratamento com antibióticos. Hoje, tenho uma lesão na válvula mitral e os médicos têm quase certeza de que eu a contraí na minha gestação, por causa da infecção no nascimento. No entanto, sempre fui muito ativa; na Igreja, sempre fui companhia para minha tia, que é uma baluarte na fé para mim.
 
Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com
Ao fazer os exames pré-nupciais para me casar, descobri que eu tinha uma estenose mitral. Eu sentia muito cansaço, mas nunca fui de reclamar. Praticava vários esportes, mas achava que todo mundo sentia o que eu sentia. Minha mãe contava que a febre alta não me derrubava e eu
tinha muita febre! Quando fui diagnosticada com estenose, houve a suspeita também de febre reumática, mas minha mãe não se lembra disso, porque eu era muito “dura na queda”. O que se sabe é a história de sífilis durante a gestação e que eu nasci com quadro infeccioso. Foi durante esses exames que  descobriram a estenose mitral, quando começou a minha maratona com cardiologistas. Eles teimavam em dizer que eu não poderia engravidar, porque era muito esforço, mas tive três filhas e, graças a Deus, deu tudo certo.
Válvula biológica
Em 1990, em São Paulo, na Beneficência Portuguesa, fiz a primeira troca de válvula e coloquei uma válvula biológica. Vieram as recomendações médicas: tentar, ao máximo, não pegar nenhuma infecção, para não contaminar a válvula. Eu tomava benzetacil como profilaxia; enfim, infecção zero.
Morando em Brasília (DF) desde 1997, em 2005, contraí um cisto de água no dedo médio e fui para o pronto atendimento do hospital. O cisto foi retirado. Depois de 15 dias, o local onde havia o cisto começou a inflamar; fui medicada para prevenir a infecção, mas inflamou e eu contraí uma bactéria chamada staphylococcus. Fui internada no dia 13 de junho; no dia 2 de julho, já estava com infecção generalizada, provocada por essa pequena incisão no dedo médio.
A partir daí, começou toda a luta, pois a infecção foi tomando uma proporção muito grande e a bactéria se alojou justamente na válvula biológica no coração. Fiquei internada do dia 2 de julho até 23 de dezembro. Conseguia vencer a infecção com antibióticos fortíssimos no sangue, mas o medicamento não tinha potência para chegar onde a bactéria se alojou, na válvula biológica e vencê-la. Os médicos me davam descanso de uma semana da medicação; depois eu fazia hemocultura e constatavam que a bactéria havia se proliferado novamente, tomando uma proporção muito grave, violenta. Foi, então, que eu contraí endocardite bacteriana, o que só foi complicando a minha situação.
Luta por sobrevivência
Os médicos chegaram à conclusão de que não tinha mais nada a fazer, porque entrar num processo de cirurgia seria um risco muito maior, pois não havia nada que vencesse aquela bactéria. Eram três infectologistas, sendo dois de São Paulo (SP) e um de Brasília (DF). Eles lutaram, tentaram a melhor saída, mas chegaram à conclusão de que não havia mais saída para mim, pois havia a suspeita de que eu estava entrando em falência múltipla dos órgãos; os rins já estavam paralisando.
Chamaram meu marido na clínica, conversaram e acharam, por bem, fazer a troca da válvula, mas as minhas chances de sobreviver eram praticamente nenhuma. Disseram para meu marido: “Ela vai morrer de qualquer jeito. Se da forma que está, ela não reage mais ao tratamento, a troca da válvula é uma tentativa sem esperança. Queremos o aval da família para realizar o procedimento”. Estávamos sem saída, mas a fé que temos em Deus nos levou a tomar essa atitude junto ao meu marido. Os meus filhos conversaram comigo e sabíamos que Deus estava no controle de tudo.
UTI e coma
Fui para o centro cirúrgico no dia 31 de outubro de 2005. Lá, a coisa se complicou, porque a infecção violenta causou hemorragia. Após a cirurgia, fui logo para a UTI, completamente entubada. O sangue entrava e saía; em três dias, foram 16 bolsas de sangue. Não tinha plasma, não tinha nada que segurasse o sangue. Fiquei vários dias na UTI nessa situação.
Durante esse tempo, tive hipotermia, hipoglicemia e entrei em coma profundo. Durante o coma, eu tinha percepção das coisas. No meu inconsciente escutava os médicos falarem que eu já era uma causa perdida, eles não tinham mais nada para fazer.
Eucaristia
Um dia, tive uma ligeira melhora. Não sei se foi uma visão, mas vi o padre em outra ala; comecei a me debater e, no meu inconsciente, pedia a Eucaristia. Isso eu não sei dizer se foi real ou irreal, mas para mim, recebi a Eucaristia dissolvida em água. Ninguém tem essa certeza, mas inconscientemente, eu tenho certeza que a recebia todos os dias, e isso me dava uma esperança muito grande.
Num domingo, saí da semi-intensiva. Eu ainda não estava bem, mas os médicos resolveram me levar para o quarto, porque eu teria mais acompanhamento familiar. Cheguei no quarto e meus filhos estavam me esperando; eles disseram que, quando abri os olhos, eu disse: “Hoje é domingo e eu quero ir à Missa”. No hospital Santa Lúcia, em Brasília, havia Missa com os padres da São Camilo de Lelis; perturbei tanto a enfermeira-chefe, que ela me levou para a Capela, na maca, toda cheia de equipamento.
Não me lembro de muita coisa, mas me recordo de estar muito sonolenta e fraquinha. Lembro-me do padre, na hora da Eucaristia, tocando no meu ombro, perguntando se eu queria receber Jesus e se eu tinha condições de recebê-Lo. Eu disse ‘sim’; ele dissolveu a hóstia em uma colherzinha de chá e me deu Jesus Eucarístico. A partir da segunda-feira, o padre começou a me levar a Eucaristia todos os dias, à tarde, no hospital. Continuei todo aquele processo de tratamento com antibiótico, mas o quadro foi se complicando. Fiquei internada até 22 de dezembro, sem nenhuma resposta, a infecção aumentando e com febre alta o tempo todo.
No dia 22 de dezembro, chamaram minha família e meu esposo, disseram que iam me dar alta naquele dia, porque não havia mais nada que eles pudessem fazer. O máximo que eu aguentaria era passar o Natal com a família e não iria mais resistir.
Desejo de ir à Missa
No dia 26 de dezembro, começou a brotar um desejo no meu coração, muito grande, de ir à Missa, eu queria ir para a Igreja. Havia um desejo muito forte, no meu coração, de receber Jesus nas duas espécies – Corpo, Sangue Alma e Divindade – pois eu acreditava que o Sangue de Jesus purificaria o meu. Falei para o meu esposo, mas ele disse que era uma loucura, pois eu não tinha condições; além disso, as pessoas já estavam trazendo a Eucaristia para mim. No entanto, o desejo de ir à Missa era algo que gritava dentro de mim.
No domingo seguinte, perturbei tanto meu esposo, que ele me levou à Igreja. Até aquele momento, eu tinha picos de febre de 42º por dia. Ele nem ficou comigo, porque eu estava debilitada, com muita febre; deixou-me com o pessoal da catequese, que cuidou de mim. A minha oração, quando me colocaram sentadinha no banco, foi: “Jesus, eu estou aqui. Que Seu Sangue purifique o meu, Senhor. Toque no coração do padre, para que, quando for celebrar essa Eucaristia, ele dê a comunhão em duas espécies (coisa que não era comum na minha paróquia)”. Eu disse a Jesus: “Eu só vou abrir os meus olhos na hora da Eucaristia”; e isso aconteceu. Abri os olhos, e o padre estava distribuindo a Eucaristia em duas espécies. Foi uma emoção muito grande! Eu chorava demais e as pessoas ficaram sem entender o que estava acontecendo. A minha oração também foi esta: “Senhor, que o Seu Sangue agora purifique o meu. Louvado seja o Seu nome e o Seu Sangue, Senhor”.
“Que aconteça conforme você acredita”
Quando acabou a Missa, meu esposo me pegou no colo e me levou à sacristia, para que eu pudesse explicar ao padre o motivo de minha emoção. Ele, então, disse-me: “Minha filha, que aconteça conforme você acredita”.
Eu tomei posse dessa verdade de fé que o padre falou e fui para casa confiante. Ainda tive dois dias de febre, mas na terça-feira, não tive febre e, a partir dali, fui me recuperando. Após 15 dias, o hospital ligou para saber o que havia acontecido comigo, a fim de dar baixa no meu prontuário. Meu esposo disse que eu estava ao lado dele e perguntou se queriam falar comigo. Eles ficaram sem graça e pediram desculpas. Fui melhorando. Hoje, estou aqui para contar as grandes maravilhas de Jesus Sacramentado na minha vida.
Gilda Maria Alves de Araújo Pereira
Brasília (DF)
Fonte: Canção Nova

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