As falsas amizades são os maiores obstáculos para o crescimento
espiritual
Assim como Deus nos dá amigos para
nos conduzir à vida eterna e experimentarmos as realidades do céu, corremos o
risco de nos deixar confundir pela falsidade, pelo erro das amizades que podem
aparecer para nos desencaminhar da santidade e
da verdade. Precisamos pedir o discernimento dos espíritos [cf. I Coríntios
12,10], a fim de analisar se as amizades são de Deus ou não.

Foto: AntonioGuillem by Getty Images
Podemos ter amigos que querem nosso
bem e outros que querem o mal. Estes últimos são chamados de falsos amigos. As
falsas amizades são
as que se fundem em qualidades sensíveis ou frívolas: “Não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas
ideias frívolas” (cf. Efésios 4,17), que
são uma espécie de
egoísmo disfarçado. Essas amizades vivem daquilo que é
mundano: “Principalmente aqueles que correm
com desejos impuros atrás dos prazeres da carne e desprezam a autoridade” (cf.
II Pedro 2, 10).
Três espécies de falsas amizades
São Francisco de Sales distingue três
espécies de falsas amizades: as amizades carnais, que atraem pelas paixões carnais
e pela devassidão (cf. II Pedro 2, 18) buscando os prazeres voluptuosos; as
amizades sensuais, que se prendem ao ver a formosura, ao ouvir uma doce voz, ao
tocar; e as amizades frívolas, fundadas em qualidades vãs (festas, bebedeiras
etc).
Existem diversos tipos de amigos
falsos: os amigos do copo, que se reúnem somente para beber; amigos da
prostituição; amigos do furto e roubo; amigos de fofocas; amigos de ganância e
interesses; amigos do sexo.
Como podemos identificar a origem dessas falsas amizades?
Partimos da origem: elas começam de
maneira repentina e forte, pois parte de uma simpatia, de um instinto, de
qualidades exteriores e brilhantes e emoções vivas
ou apaixonantes. Seu desenvolvimento: alimentadas por meios de conversas
insignificantes, mas afetuosas, outras por meio de conversas muito íntimas e
perigosas, por olhares frequentes, por carícias entre outros. Efeitos: são
vivas, absorventes e exclusivas, imaginam que serão eternas e seguidas por
outras afeições.
Perigos dessas amizades: são os
maiores obstáculos para o crescimento espiritual. À medida que os apegos vão
crescendo, vai-se perdendo o recolhimento interior, a paz da alma, o gosto dos
exercícios espirituais e do trabalho. O
pensamento foge, muitas vezes, para o amigo ausente. A sensibilidade toma as
rédeas da vontade, a qual se torna fraca. Partindo para os perigos relacionados
à pureza.
Devemos fugir dessas amizades por
intermédio da aplicação do remédio certo desde o começo, pois assim é mais
fácil, porque o coração ainda
não está preso. O rompimento deve ser feito de maneira firme e energética. É
necessário evitar procurar e pensar na pessoa em questão, e cortar toda espécie
de vínculo ou ligação, antes que seja tarde.
Padre Reinaldo Cazumbá
Sacerdote
membro da Canção Nova, estudante de psicologia, atua no Instituto Teológico
Bento XVI e também exerce a função de diretor espiritual dos futuros sacerdotes
da comunidade. Autor do livro: “Onde está Deus?”. Acesse:
blog.cancaonova.com/padrereinaldo
Fonte: Canção Nova
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