Os perigos na internet
Por Alessandra
Borges
Produtora Destrave

Pensando no tema do Destrave deste mês e no fato
de a internet ser uma excelente ferramenta de pesquisa e comunicação, preparamos
uma reportagem especial sobre os perigos aos quais nós, simples usuários da
rede, estamos sujeitos.
Na mídia, sempre ouvimos
casos de pessoas que foram vítimas de crimes praticados por hackers e criminosos
virtuais. Por isso, é muito importante conhecer as práticas mais comuns de
crimes virtuais e que haja uma discussão em torno deste assunto. Afinal, nosso
computador, smartphone ou tablet, por exemplo, pode ser porta de entrada de
vírus e outros programas usados para roubar dados.
Para nos esclarecer sobre este assunto,
entrevistamos o especialista em crimes na internet Fernando de Pinho
Barreira.
Destrave.com: De quais
crimes podemos ser vítimas? Sem saber, quais podemos praticar?
Fernando de Pinho
Barreira: Os meios de comunicação modernos, como a internet,
refletem as mesmas relações jurídicas já existentes, de modo que a maioria dos
ilícitos podem ser praticados no novo meio. Os mais comuns são os crimes contra
a honra – calúnia, injúria e difamação – ; alguns crimes patrimoniais, como o
furto mediante fraude (fraude Internet Banking, em que o criminoso consegue
acesso à conta bancária da vítima e transfere o dinheiro desta) e as fraudes de
mensagens enganosas solicitando depósitos e outras vantagens financeiras; crimes
de ódio – preconceitos contra etnias, credos, naturalidades, preferências
sexuais e políticas, etc. – e de pornografia infantil também são comuns.
Destrave.com: No
Brasil, qual é a legislação prevista para os crimes praticados na rede?
Fernando de Pinho
Barreira: Muitos ilícitos, como visto, já são tipificados na
legislação existente. Alguns deles, como a difamação, ganharam um agravante de
pena quando cometidos pelos meios eletrônicos. Recentemente, legislações têm
sido aprovadas, no Brasil, tardiamente, prevendo novas condutas que passam,
então, a ser consideradas ilícitas.
“Os perigos, aos quais as pessoas estão expostas na internet, são os mesmos, porém em um novo suporte. Mudou-se o meio, mas o mundo é o mesmo. Um mundo real virtualizado”, alerta o especialista.
Destrave.com: Hoje,
muitas pessoas se utilizam das redes sociais (Orkut, Twitter e Facebook) para se
comunicar. O risco de se expor é grande?
Fernando de Pinho
Barreira: Os meios de comunicação modernos apresentam novas
oportunidades de interação. Faz-se necessário, porém, tomarmos os mesmos
cuidados utilizados na vida cotidiana fora da rede. O bom senso deve ser
utilizado, tomando-se por premissa que o conteúdo publicado na rede dificilmente
consegue ser retirado em definitivo. As ferramentas de classificação
“conteúdos x amigos que podem vê-lo” são muito úteis.
Destrave.com: É
possível estar 100% seguro na internet e não cometer nenhum crime, por mais
simples que ele seja? Também é possível não ser vítima de chantagens e
publicações indevidas envolvendo seu nome?
Fernando de Pinho
Barreira: Sim, é possível se proteger com a diversidade dos
equipamentos de acesso à rede e a consequente diminuição de seu custo. Pode ser
conveniente também separar, fisicamente, um equipamento que é utilizado para o
acesso a bancos e outras compras, de um utilizado para baixar conteúdo da rede,
trocas de e-mails, e fazer uso das redes sociais. É preciso instalar ferramentas
como antivírus e firewalls, bem como pautar-se pela ética, respeito e critério
com sua navegação e relacionamentos.
Para navegar na rede é preciso cautela, pois nem tudo
deve ser acessado.
Destrave.com: Como
devemos proceder caso sejamos vítima de um desses crimes?
Fernando de Pinho
Barreira: No Estado de São Paulo, há uma delegacia dedicada aos
crimes patrimoniais pela internet (4ª DIG/DEIC) e outra destinada aos crimes
contra a pessoa (DHPP). No entanto, a vítima de crimes pela internet pode
procurar qualquer delegacia de polícia civil para registrar os fatos.
Normalmente, a delegacia mais próxima do lugar dos fatos.
Destrave.com: É fácil
comprovar os crimes na rede?
Fernando de Pinho
Barreira: É possível, mas não necessariamente fácil. O importante
é preservar as provas – sejam elas as postagens em redes sociais, nos e-mails
recebidos, na página de internet adulterada, etc. O ideal é procurar um perito
forense computacional para a preservação da prova.
Depois de ler esta entrevista, fique atento
quando estiver on-line. Use a internet com segurança e responsabilidade
Fernando de Pinho Barreira – Perito Forense
Computacional; Analista de Sistemas; Administrador de Empresas; MBA em Direito
Eletrônico; Especialista em Sociedade da Informação e em Direito de Autor pela
Universidade de Lisboa; Professor Convidado da Pós-Graduação da GVLaw e UNISC;
Sócio de THE PERFECT LINK. http://fernandodepinhobarreira.wordpress.com/
Fonte: Destrave
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