Sagrado Coração de Jesus
Ótima maneira de mergulhar na miséricordia do Senhor

Dessa forma, a devoção ao Sagrado
Coração de Jesus é a devoção a Cristo. No entanto, nossa devoção não deve
permanecer no nível do sentimento. Devotio, palavra latina que deu
origem à palavra "devoção", é muito mais forte do que seus equivalentes nas
línguas atuais. No contexto religioso indica a determinada vontade de fazer a
vontade de Deus, ou seja, esta devoção é feita por aceitar o convite de Cristo
para tomar a nossa cruz e segui-Lo.
A devoção ao Coração de Jesus decorre da meditação dos textos biblícos, esta relação foi confirmada pelo Papa Pio XII na Encíclica Haurietis Aquas, sobre a o culto ao Sagrado Coração de Jesus. Afirma o Sumo Pontífice que: “Com todo esse amor, terníssimo, indulgente e longânime, mesmo quando se indigna pelas repetidas infidelidades do povo de Israel, Deus nunca chega a repudiá-lo definitivamente; mostra-se, sim, veemente e sublime; mas, contudo, em substância isso não passa do prelúdio daquela inflamadíssima caridade que o Redentor prometido havia de mostrar a todos com o seu amantíssimo coração, e que ia ser o modelo do nosso amor e a pedra angular da Nova Aliança”.
Assista: "A devoção ao Coração de Jesus", com professor Felipe Aquino
Dentre as fundações bíblicas destacamos, do
Antigo Testamento, a Aliança de Deus com o povo, narrada no livro de
Deuteronômio: "Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás,
pois, o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas
as tuas forças. E estas palavras que hoje te ordeno estarão sobre o teu coração"
(Dt 6,4-6).
No Novo Testamento, o Evangelho de São João
traz dois trechos que são centrais no culto ao Sagrado Coração de Jesus: “Se
alguém tem sede, venha a mim, e beba, quem crê em mim — conforme diz a
Escritura: Do seu interior correrão rios de água viva” (Jo 7, 37-38).
“Chegando a Jesus viram que já estava
morto. Por isso, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado golpeou-lhe o lado
com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19, 33-34).
Na tradição cristã, o sangue é interpretado
como um símbolo do sacrifício e do mistério
Eucarístico. A água simboliza o Espírito Santo, que flui de Cristo à Igreja.
Este Coração é uma fonte inesgotável de vida e de bênção.
Outros Santos Padres também
recomendaram essa devoção. Além da Haurietis Aquas, do Papa Pio XII,
encontramos, na Carta Apostólica Investigabiles Divitais Christi, do
Papa Paulo VI, a afirmação de que essa devoção é uma ótima maneira de honrar a
Jesus, observando inclusive a estreita relação entre ela e o mistério
Eucarístico. O saudoso Papa João Paulo II, em sua primeira encíclica,
Redemptor Hominis, afirmou que: “A redenção do mundo — aquele tremendo
mistério do amor em que a criação foi renovada é, na sua raiz mais profunda, a
plenitude da justiça num Coração humano”, por divesas vezes, ele associou o
Coração de Cristo a cada coração humano.
Portanto, o
coração é o símbolo que fala do interior e do espiritual. Desta forma, o
Senhor ilumina o coração humano e o convida a compreender e mergulhar nas
"insondáveis riquezas" que brotam de Seu Coração. Jesus nos atrai para Seu
Coração e fala ao nosso coração, porque deseja comunicar todo o Seu amor, para
que tenhamos um coração semelhante ao d'Ele.
Vicent Ryan
Pauline, Madrid-1987, p. 118-132
Fonte: Canção Nova Pauline, Madrid-1987, p. 118-132
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