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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Haiti, um ano depois. Alguém se importa?

No primeiro aniversário do terremoto que devastou seu país, esta mulher haitiana reza ante as ruínas da catedral de Porto Príncipe, no domingo, dia 09 de janeiro, em memória dos 250 mil mortos.
Segunda-feira, dia 10 de janeiro, enquanto Lionel Messi recebia, em Zurique, a bola de ouro de melhor jogador de futebol do mundo, duas equipes de amputados, na indiferença geral, se enfrentam no estádio nacional de Porto Príncipe, no Haiti.

Em todo o país, maioritariamente católico, e onde milhares de haitianos continuam à espera de um futuro para já incerto, para realizar diversas cerimónias religiosas, talvez também para pedir alguma intervenção divina, já que um ano depois do abalo pouco ou quase nada parece ter mudado num dos países mais pobres do mundo.
Cerca de um milhão de haitianos, entre os quais muitas mulheres e crianças, continuam sem alojamento. Vivem em campos improvisados, em condições miseráveis ou então continuam a fazer dos escombros da cidade as suas casas.
Nos últimos doze meses o processo de reconstrução — que devia ter começado em março de 2010 com recurso aos milhares de milhões de dólares estrangeiros — pouco ou nada avançou.
Todas as agências humanitárias da ONU, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho, já admitiram que a reconstrução e desenvolvimento do país durará anos.

Cólera já matou mais de três mil pessoas

A este cenário de caos junta-se a epidemia de cólera que desde outubro passado já matou 3.651 pessoas, segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde, e uma crise política provocada pelas eleições presidenciais e legislativas de novembro, cujos vencedores ainda não são conhecidos.
A chegada a “conta-gotas” da ajuda financeira internacional tem sido outro dos dilemas do quotidiano haitiano, e as organizações internacionais temem que a instabilidade política atrase ainda mais a entrega dos milhares de milhões de dólares prometidos.
Mas é a cólera que preocupa de forma aguda as autoridades internacionais no terreno: ”Acreditamos que o pico ainda não foi atingido. Haverá certamente ainda muitos casos de cólera no Haiti, isso é certo. Mas morrerão menos pessoas”, afirmou a porta-voz do organismo sanitário das Nações Unidas, Fadela Chaib, numa conferência de imprensa, ontem, em Genebra (Suíça).
Fadela Chaib comentou que a cólera continua a afetar principalmente as zonas rurais do Haiti, onde ainda se registam mais de uma centena de novos casos por dia.



 Fonte : artigo adaptado do blog Camadélio

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