Tentação x Provação
As pessoas sempre acabam fazendo uma grande confusão entre as
dificuldades que estão enfrentado, se é provação ou tentação. Há, no fundo,
dentro delas, a dúvida se o que vivem é algo que vem de Deus ou do maligno. A
verdade é que, quando falamos de tentação e provação, precisamos entender
também que existem diferenças entre ambas, e consequências distintas quanto ao
fruto que será gerado em nós, caso não saibamos como enfrentar cada uma delas.

Foto:
Daniel Mafra/cancaonova.com
Por que os frutos podem ser distintos?
Porque as “fontes” de onde elas sobrevêm são distintas. No entanto, é a
própria Palavra de Deus e o Magistério da Igreja que nos ajudam a compreender o
que é
cada uma dessas realidades e como vivenciá-las. Na Carta de São Tiago,
temos uma clara distinção e explicação do que é cada uma delas e suas
consequências.
Vejamos:
Vejamos:
“Considerai uma grande alegria, meus irmãos, quando tiverdes de passar
por diversas provações, pois sabeis que a prova da fé produz em vós a
constância. Ora, a constância deve levar a uma obra perfeita: que vos torneis
perfeitos e íntegros, sem falta ou deficiência alguma” (Tg 1,2). “Feliz aquele
que suporta a provação, porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida, que
Deus prometeu aos que o amam” (Tg 1,12).
É o mesmo Tiago que também nos fala sobre a tentação:
“Ninguém, ao ser tentado, deve dizer: ‘É Deus quem me tenta’, pois Deus
não pode ser tentado pelo mal, tampouco Ele tenta alguém. Antes, cada qual é
tentado por sua própria concupiscência, que o arrasta e seduz. Em seguida, a
concupiscência concebe o pecado e o dá à luz; e o pecado, uma vez maduro, gera
a morte” (Tg 1,13-15). O próprio Jesus foi quem nos ensinou, em Sua Palavra, na
oração do Pai-Nosso, uma realidade sobre a tentação quando diz: “não nos
deixeis cair em tentação”.
Nesse pedido de Jesus, há uma “rejeição” à tentação, um alerta de que há
um perigo, pois, logo em seguida, vem um outra súplica, na qual há um vínculo
com o pedido anterior, de “não se deixar cair em tentação”, que é: “mas
livrai-nos do mal”. Com tudo isso, podemos, certamente, dizer que há grandes
diferenças entre tentação e provação, de onde nascem e os frutos que
produzem.
A tentação tem sempre como origem o demônio, nossa carne ou o mundo.
Ela tem como objetivo nos levar ao pecado; e ao nos fazer pecar, produz em nós
o rompimento do nosso relacionamento com Deus, o nosso afastar-se d’Ele,
gerando em nós a morte.
A Palavra de Deus, no entanto, é clara quanto ao caminho que a tentação
faz dentro de nós, para que isso venha a se tornar realmente um pecado. A
pessoa, quando sente o desejo pelo pecado, precisa, além de sentir, consentir,
deixar aquela tentação tomar conta dela, para que surja o ato do pecado, e este
cresça, amadureça e gere os frutos de morte. Sendo assim, sentir-se tentado não
é pecado, seja qual for o nível de tentação! Pecado é você permitir que essa
tentação cresça sem que você lute contra ela. O Catecismo da Igreja Católica
(2847) nos ensina que, se a tentação não for consentida, mas combatida, ela
também pode nos ser útil, trazendo-nos méritos diante de Deus.
A provação tem sua origem em Deus, na permissão divina
Ainda que determinadas provações possam ter, por detrás delas, o
demônio, ela é permitida por Deus para o crescimento e amadurecimento da
pessoa. Assim como afirma a Palavra de Deus: “…sabeis que a prova da fé produz
em vós a constância. Ora, a constância deve levar a uma obra perfeita: que vos
torneis perfeitos e íntegros, sem falta ou deficiência alguma” (Tg 1,2).
Assim foi com Jó! Ele era um homem íntegro, temente a Deus, mas o Senhor
permitiu que o demônio lhe causasse incômodos, pois sabia que Jó teria as
condições de suportá-los! “Deus é fiel e não permitirá que sejais provados
acima de vossas forças. Pelo contrário, ele providenciará o bom êxito, para que
possais suportá-la.” (I Cor 10,13)
Por: Danilo Gesualdo
Danilo Gesualdo trabalha desde o ano de 2003 com o Ministério de Cura e
Libertação. O missionário participa de encontros e retiros espirituais, em que
é convidado a palestrar sobre essa temática. Atualmente, Gesualdo faz um
trabalho junto às pessoas que procuram ajuda por meio da oração, na Casa de
Maria, em Cachoeira Paulista (SP).
Fonte: Canção Nova
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