
“A ideologia de gênero é uma
tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe uma identidade
biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando
nasce, não é homem ou mulher, não possui um sexo masculino ou feminino
definido, pois segundo os ideólogos do gênero, isto é uma construção
social”, diz o médico chileno, especialista em bioética, Dr. Christian Schnake.
Por que uma ideologia?
Segundo estudiosos o conceito de
‘gênero’ está sendo sugerido em muitos lugares como uma verdade
científica, mas esconde uma teoria político-social que tem suas raízes
na filosofia marxista de luta de classes, onde segundo o filófo alemão
Frederick Engels, na sua obra “A Origem da Família, da Propriedade e do Estado” escrita em 1884, “O
primeiro antagonismo de classes da História coincide com o
desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher unidos em
matrimônio monogâmico; e a primeira opressão de uma classe por outra,
com a do sexo feminino pelo masculino”
Na gênese da ideologia de gênero vai
estar o movimento feminista radical dos anos 60 e 70, que apoiado na
filosofia marxista citada acima e nas ideias da filósofa francesa Simoni
de Bavoir – que disse “ninguém nasce mulher, mas sim torna-se mulher” –
a ideologia de gênero vai chegar até as conferências da ONU
(Organização das Nações Unidas) sobre a mulher no Cairo (1994) e em
Pequim (1995).
Um documento da Conferência Episcopal Peruana (leia o documento)
– talvez o mais completo realizado sobre este tema em termos eclesiais –
revela que por trás desta ideologia está uma estrutura de desconstrução
social. “Resta claro, portanto, que a meta dos promotores da
‘perspectiva do gênero’, fortemente presente em Pequim, é o de atingir
uma sociedade sem classes de sexo. Para isso, propõem desconstruir a
linguagem, as relações familiares, a reprodução, a sexualidade, a
educação, a religião, a cultura, entre outras coisas” cita o documento.
Primeiro alvo: a família
O documento da Conferência Episcopal
Peruana também vai chamar a atenção para algumas ideias de intelectuais
feministas de grande prestigio em universidades americanas e inglesas.
Uma delas, Alison Jagger, autoras de vários livros sobre a perspectiva
de gênero, vai dizer:
“A destruição da família biológica
que Freud jamais vislumbrou permitirá a emergência de mulheres e homens
novos. (…) a própria ‘instituição das relações sexuais’, em que o homem e
a mulher desempenham um papel bem definido, desaparecerá”
Para o médico Dr. Christian Schnake já é possível ver os resultados desastrosos desta ideia de desconstrução da família. “Nós
vemos hoje os jovens confusos no que se refere a sua identidade sexual,
ou seja, usando a sexualidade de qualquer maneira, de forma
utilitarista, sem contar no próprio conceito de pai e de mãe que fica
cada vez mais distante de ser um referencial para esta juventude”, diz o especialista.
Para o bispo auxiliar da arquidiocese de
Aracaju-SE, Dom Henrique Soares, a equiparação das uniões homoafetivas à
condição de família seria um desvirtuamento do que a Igreja considera
como a base da sociedade. “Nada contra os homossexuais, nada contra as
uniões estáveis deles, mas tudo contra que isto seja considerado família
e que venha a partir daí adoção de filhos e, assim, o conceito familiar
seja tão dilatado, tão tudo que acabe, na prática, sendo nada” afirma o
bispo.
Confira a segunda parte da reportagem
O movimento gay
Um outro fenômeno que tem suas bases na
ideologia de gênero é o movimento gay. Segundo o documento da
Conferência Episcopal Peruana, várias cartilhas e panfletos circularam
em Pequim em 1995 com “alguns textos empregados pelas feministas do
gênero, professoras de reconhecidos colégios e universidades dos Estados
Unidos” dentre os quais diziam:
“Os homens e as mulheres não
sentem atração por pessoas do sexo oposto por natureza, mas sim por um
condicionamento da sociedade” e “existem diversas formas de sexualidade –
inclusive homossexuais, lesbianas, bissexuais, transexuais e travestis –
que são equivalentes à heterossexualidade”
Para padre Paulo Ricardo, é preciso
diferenciar o movimento gay da pessoa homossexual. “Homossexual é uma
pessoa que sente atração pela pessoa do mesmo sexo, o gay é alguém que
adotou uma postura política, expressiva e militante” diz o sacerdote.
Homossexualidade e a moral cristã
No Catecismo da Igreja Católica (CIC) podemos ler:
“Apoiando-se na Sagrada
Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre
declarou que ‘os atos de homossexualidade são intrinsecamente
desordenados’. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom
da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual
verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados” (CIC – 2357)
Vale lembrar que a Igreja faz uma
distinção muito clara entre a tendência homossexual e os atos
homossexuais. “A Igreja diz que uma pessoa homossexual pode ser santa se
viver a castidade. Homofobia seria dizer ‘santidade é só para os
héteros’, mas não, a espiritualidade cristã é inclusiva e chama todos a
carregar a sua cruz” diz padre Paulo Ricardo.
Resta claro que estamos diante de uma
engrenagem que tenta mudar, a todo custo e de forma velada, a estrutura
da sociedade como a conhecemos hoje. A pergunta que nós cristãos fazemos
é: o que podemos esperar do futuro? Como será a educação dos nossos
filhos? Como resistir a mais uma ideologia que quer minar a moral
cristã. Talvez não tenhamos as repostas agora, mas recordamos a palavra
de Bento XVI quando ainda era professor universitário em 1968 “O futuro da Igreja, também nesta ocasião, como sempre, ficará marcado de novo com o selo dos santos”
Fonte: Destrave
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