Vida Cristã: Como o cristão deve dar esmola?
Por Padre Luizinho no dia mar 4th, 2013 sobre Ano da Fé, Espiritualidade, Formacao, Quaresma.
Quando ouvimos esta palavra
ESMOLA vem logo a nossa cabeça algumas moedas ou um
trocadinho que tiramos do bolso para dar a um pedinte na porta de casa, no farol
de transito ou nas calçadas de nossa cidade. Quase sempre é algo que nos sobra
ou um restinho do que a gente tem, mas esmola,
CARIDADE é muito mais do que isso. É dar mais de
si do que daquilo que se tem. Precisamos sim assistir aos nossos irmãos nas suas
necessidades, a fome não espera, mas esmola é muito mais que assistencialismo é
dar vida, dignidade, tirar o irmão da situação que ele se encontra. Dar
algo material é muito mais fácil e cômodo do que dar de si, do seu tempo, das
suas capacidades, daquilo que você sabe fazer, e principalmente do amor humano
carregado do amor Divino.
Se a Oração celebra o
relacionamento do Homem com Deus e daí todos os frutos dela fazem o homem abrir
não somente as mãos, mas os braços e o coração. O Jejum abre e une os
homens entre si. A cruz simboliza muito bem o que é a nossa fé, dimensão
horizontal e vertical. A esmola celebra o relacionamento do homem com o seu
próximo, na virtude Teologal da Caridade. Este assunto é polemico para quem não
entende que esmola não é somente dinheiro, é doar-se concretamente ao
próximo.
O que significa a esmola?
Dar esmola significa dar de graça, dar sem interesse de receber de volta,
dar sem egoísmo, sem pedir recompensa, em atitude de compaixão. Nisto ele imita
o próprio Deus no mistério da criação e a Jesus Cristo, no mistério da
Redenção. Jesus fala sobre esta verdadeira caridade na parábola do Bom
Samaritano (cf. Lucas 10,25-37) quem é o teu
próximo?
O homem recebeu tudo do seu criador. Tudo quanto
tem, possui-o porquê recebeu. Ora, se Deus dá de graça e se o homem é criado à
imagem e semelhança de Deus, se Cristo se doou totalmente, dando sua vida,
também ele será capaz de dar de graça. Ao descobrir que dentro de si existe a
sublime capacidade de dar de graça, a exemplo de Deus e de Cristo, brota nele o
desejo de celebrá-la.
Quando, pois, na Quaresma a Igreja convoca a
todos os fiéis a darem esmola, ela comemora aquele que por excelência exerceu a
esmola: Jesus Cristo. Convida o homem à atitude de abertura ao próximo,
convida-o a servir ao próximo com generosidade e desprendimento. Ora, neste
momento a esmola começa a significar toda esta atitude de doação gratuita. Não
só de bens materiais, mas o tempo, o interesse, as qualidades, o serviço, o
acolhimento, a aceitação. E todo este mistério de abertura e gratuidade em favor
do próximo na imitação de Deus e de Cristo possui então uma linguagem ritual.
Tem valor de símbolo. Pela celebração da esmola a Igreja comemora a generosidade
de Cristo que deu sua vida pelos seus e torna presente Cristo, dando-se a seus
irmãos em cada irmão, formando o seu corpo. Assim, quando a Igreja convida os
fieis a exercerem a esmola durante a Quaresma, sabe muito bem que não é pela
esmola em si que ela vai resolver os problemas sociais e realizar a promoção
humana, mas sabe também que é pelo que a esmola significa que ela vai realizar
uma verdadeira promoção humana.
Portanto, não é a quantia que importa, mas o que
gesto ou o rito da esmola significa. Exercitando a atitude da esmola durante a
Quaresma, a Igreja quer levar os cristãos a viverem a atitude da esmola durante
todo o ano, durante toda a vida. Descobrimos, então, que no exercício da esmola
está contida a atitude de conversão, em relação ao próximo.
No Batismo, Deus infunde na alma, sem nenhum
mérito nosso, as virtudes, que são disposições habituais e firmes para fazer o
bem. As virtudes infusas são teologais e morais. As teologais têm como objeto a
Deus; as morais têm como objeto os bons atos humanos. As teologais são três:
fé, esperança e caridade.
Com relação à Virtude Teologal da caridade, ou
seja, do amor, deve-se ter em conta que o amor a Deus e o amor ao próximo são
uma mesma e única coisa, de modo que um depende do outro; por isto, tanto mais
poderemos amar ao próximo quanto mais amemos a Deus; e, por sua vez, tanto mais
amaremos a Deus quanto mais de verdade amemos ao próximo.
§1822 A CARIDADE é a virtude
teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso
próximo como a nós mesmos, por amor de Deus.
§1823 Jesus fez da caridade o
novo mandamento. Amando os seus “até o fim” (Jo 13,1), manifesta o amor do Pai
que Ele recebe. Amando-se uns aos outros, os discípulos imitam o amor de Jesus
que eles também recebem. Por isso diz Jesus: “Assim como o Pai me amou,
também eu vos amei. Permanecei em meu amor” (Jo 15,9). E ainda: “Este é
o meu preceito: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12).
§1824 Fruto do Espírito e da
plenitude da lei, a caridade guarda os mandamentos de Deus e de seu Cristo:
“Permanecei em meu amor. Se observais os meus mandamentos, permanecereis
no meu amor” (Jo 15,9-10).
§1825 Cristo morreu por nosso
amor quando éramos ainda “inimigos” (Rm 5,10). O Senhor exige que amemos como
Ele, mesmo os nossos inimigos, que nos tornemos o próximo do mais afastado, que
amemos como Ele as crianças e os pobres.
O apóstolo S. Paulo traçou um quadro incomparável
da caridade: “A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é
invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se
alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa tudo crê,
tudo espera, tudo suporta” (l Cor 13,4-7).
§1826 Diz ainda o
apóstolo: “Se não tivesse a caridade, nada seria…”. E tudo
o que é privilégio, serviço e mesmo virtude… “Se não tivesse a caridade, isso
nada me adiantaria”. A caridade superior a todas as virtudes. E a primeira das
virtudes teologais “Permanecem fé, esperança, caridade, estas três coisas. A
maior delas, porém, é a caridade” (1 Cor 13,13).
§1827 O exercício de todas as
virtudes é animado e inspirado pela Caridade, que é o “vinculo da
perfeição” (Cl 3,14); é a forma das virtudes, articulando-as e
ordenando-as entre si; é fonte e termo de toda prática cristã. A caridade
assegura purifica nossa capacidade humana de amar, elevando-a a feição
sobrenatural do amor divino.
§1829 A caridade tem como frutos
a alegria, a paz e a misericórdia, exige a beneficência e a correção fraterna; é
benevolência; suscita a reciprocidade; é desinteressada e liberal; é amizade e
comunhão:
A finalidade de todas as nossas obras
é o amor. Este é o fim, é para alcançá-lo que corremos, é para ele que corremos;
uma vez chegados, é nele que repousaremos.
§1844 Pela Caridade, amamos a
Deus sobre todas as coisas e a nosso próximo como a nós mesmos por amor a Deus.
Ela é o “vínculo da perfeição” (Cl 3,14) e a forma de todas as
virtudes.
A vida fraterna na família, no trabalho e na
comunidade paroquial é o ambiente ideal para vivermos de maneira concreta a
Caridade. Portanto, dar tudo e de melhor a Deus e aos irmãos e não as migalhas e
muito menos aquilo que nos sobra. Qual tem sido a qualidade de sua vida
fraterna e de seus gestos concretos com seus irmãos? Escreva nos
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deixando também seus pedidos de orações.
Oração: Senhor daí-nos
experimentar primeiro o Teu amor por nós e depois amaremos profundamente a Ti e
a nossos irmãos, “pois sem Ti nada podemos fazer”. Eu quero e sei que este
caminho é o caminho da perfeição, por isso, derrama sobre nós o Teu Espírito
Santo, é Ele quem nos revela o Amor do Pai e do Filho, a clareza dos nossos
pecados e a graça da conversão para poder amar de verdade a Deus e aos nossos
irmãos.
Conte com as minhas orações.Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
Diretor Espiritual e Formador do Pré-discípulado.
Fonte: Canção Nova
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